terça-feira, 18 de novembro de 2014

Informativo O Resistente, de novembro de 2014.

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       Informativo "O Resistente", nº1 de Novembro de 2014 do Coletivo Gaúcho de Residentes em Saúde - CGRS. Neste número, é trazido o que é o Coletivo e o Fórum Nacional e um pouco de seu histórico, que remetem a 2005 e 2006 respectivamente.
Também há um texto apontando posicionamento do CGRS contra as 60h semanais nos programas de residências em saúde.
Compartilhe pelas redes sociais e imprima para distribuir entre seus colegas de residência, programas e serviços de saúde!

Residentes lutam por 44h semanais!!!




      
        Durante reunião presencial do Fórum Nacional de Residentes em Saúde (FNRS), que ocorreu no dia 13 de novembro durante o Seminário Regional Sul de Residências em Saúde, em Porto Alegre-RS, os residentes da região Sul do Brasil encaminharam lutar contra as 60h semanais. E como proposta foi tirado pelo grupo presente nesta reunião defender as 44h semanais nas residências multiprofissionais em saúde.
        O grupo debateu que o ideal seria uma luta por 30h semanais de residência, que é uma das pautas dos trabalhadores da saúde atualmente. Porém seria mais estratégico pautar neste momento uma luta por 44h semanais, equiparando-se ao regime CLT.


Posicionamento...
         O movimento de residentes vem lutando pela redução da carga horária semanal há muitos anos, principalmente após a criação da Lei 11.129, que regulamentou as residências multiprofissionais em saúde no país e a portaria 1077, que estabeleceu as 60hs semanais como carga horária para as residências multiprofissionais e em área profissional da saúde.
           O Coletivo Gaúcho de Residentes em Saúde já havia se posicionado contrário às 60 horas semanais lançando a Campanha “60h não”, apontando que uma carga horária tão elevada, aliada ao processo de privatização e mercantilização da saúde (ex: produção de altos índices e metas quantitativas a serem atingidas) os residentes acabam servindo de mão de obra barata, principalmente para as empresas privadas que prestam serviços para o SUS objetivando apenas o lucro, não se importando com a qualidade do atendimento! Priorizando somente a política do acesso e desrespeitando, muitas vezes, os direitos dxs trabalhadores e trabalhadoras. A falta de concursos públicos e o avanço da terceirização, que vem para cumprir um papel de aumento da exploração (trabalhar mais por menos), trazem como consequência um déficit muito grande de trabalhadores(as) nos serviços de saúde.  Em decorrência desses vínculos empregatícios frágeis e precários e da falta de trabalhadores(as), é comum os residentes assumirem o lugar destes, fazendo muitas vezes, o papel de coordenação de alguns serviços e unidades de saúde, assumindo um número elevado de atividades nos serviços, e se tornando tarefeirxs. Muitos residentes, assim como os demais trabalhadores(as) da área, vem sofrendo e ficando adoecidos com o ritmo intenso de trabalho, faltando tempo, inclusive, para cuidar de sua própria saúde!

          Apesar de termos deveres de trabalhadores(as) acabamos não tendo nossos direitos garantidos. Não somos regidos nem pela CLT, nem pelo Regime Jurídico Único, nem pela legislação dos bolsistas. Estamos no limbo da legislação, à mercê dos regimentos internos de cada programa de residência, sendo eles desqualificados ou não. Nem todos os programas proporcionam aos seus residentes turno diurno de pesquisa, turno de preceptoria e tutoria, aulas teóricas e dias para participar de eventos. Quando nós trabalhadores residentes adoecemos não temos direitos garantidos e precisamos pagar essas horas de trabalho, ficando a cargo de cada local de trabalho e de cada residente realizar um acordo interno para que os atestados abonem a falta. Nossos direitos precisam ser garantidos, e não podem depender do “bom senso” da coordenação de cada programa de residência.
        A história já nos mostrou, através da luta e das conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras (como a redução da jornada de trabalho e as leis trabalhistas) que somente conseguiremos um SUS público, estatal, de qualidade e ter uma política de formação e educação permanente em saúde pautada nos princípios da Reforma Sanitária, com valorização dos usuários e usuárias, dos trabalhadores e trabalhadoras, com organização e muita luta!

          Diante de todo acúmulo de discussões e lutas em Encontros e Seminários nacionais e regionais, os residentes da região sul do Brasil, presentes na reunião presencial do Fórum Nacional de Residentes em Saúde, que participaram do Seminário Regional Sul, deliberaram a luta pelas 44 horas semanais nas residências em saúde!












segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Coletivo participa de mesa sobre Residências no II Serpinf.

           A residente da ênfase de Atenção Básica/Saúde da Família, Priscila Voigt, representou o Coletivo Gaúcho de Residentes em Saúde no evento "II SERPINF" (Seminário Regional “Políticas Públicas, Intersetorialidade e Família”, dias 6 e 7 de novembro de 2014), onde realizou fala trazendo uma breve contextualização histórica da trajetória das residências multiprofissionais no Brasil. Apresentou o Coletivo Gaúcho de Residentes em Saúde e suas lutas, em especial a luta pelo fim da carga horária de 60 horas semanais de trabalho. Colocou que a carga horária vem de um modelo baseado na residência médica, o qual não contempla as demandas da residência multiprofissional e resulta na exploração de mão de obra qualificada, onde muitas vezes os residentes “tapam furos” na falta de profissionais nas unidades. Trouxe ainda a luta em defesa do SUS e pela não privatização/mercantilização da saúde, como vemos hoje com o IMESF e outras instituições de prestação de serviço, onde a fragilização dos vínculos trabalhistas acaba por afetar a longitudinalidade na atenção aos usuários dos serviços de saúde.
              Aberto o debate tivemos a fala de duas assistentes sociais que trabalham na área da saúde, uma delas preceptora, as quais complementaram a fala da Priscila, ressaltando a importância da residência multiprofissional nas equipes e reafirmando a sobrecarga das 60 horas semanais para os residentes. Uma assistente social, preceptora, que é coordenadora de uma ênfase em programa de residência multiprofissional, ressaltou que além da luta dos residentes por qualidade de formação, há também um movimento, pouco ativo, de preceptores em busca de carga horária protegida para preceptoria e remuneração para o cargo, qualificando o espaço e valorizando os profissionais.
         Priscila encerrou sua fala dizendo: "Nós residentes devemos ser o núcleo de resistência e de luta em defesa do SUS, contra as privatizações e terceirizações, e de luta por programas de residência de qualidade e de processos de formação de trabalhadores em consonância com as premissas do SUS e do movimento de reforma sanitária. Nunca teremos uma residência de qualidade sem termos um SUS de qualidade, as duas lutas se somam e caminham juntas".

sábado, 8 de novembro de 2014

Reunião do Coletivo dia 10/11!!!


Então galera, nossa próxima reunião será segunda-feira, dia 10 de novembro, ás 18:30, na sala 202 do Educasaude (prédio do Cead-Ufrgs, em cima do bar Xirú, na João Pessoa).

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

NOTA DO COLETIVO GAÚCHO DE RESIDENTES EM SAÚDE EM APOIO A COMUNIDADE EPA!


 
NOTA DO COLETIVO GAÚCHO DE RESIDENTES EM SAÚDE
 EM APOIO A COMUNIDADE EPA

Devemos lutar pela igualdade, sempre que a diferença nos inferioriza; mas devemos lutar pela diferença sempre que que a igualdade nos descaracteriza.” Boaventura de Souza Santos

As políticas higienistas nas cidades há muito tempo tem sido implementadas e são colocadas em prática nas suas mais variadas formas. Não é segredo para ninguém que o principal alvo de tais tentativas é a população em situação de rua, principalmente por ser considerada um problema para o poder público e a maior parte da sociedade e não como uma consequência das desigualdades sociais próprias do sistema capitalista, em que a miséria é a substância básica para a manutenção da classe dominante.
Nas últimas semanas a Escola Porto Alegre - EPA sofreu os ataques de tais práticas higienistas com a decisão arbitrária e unilateral da secretaria municipal de educação (SMED), de fechamento da EPA, uma escola que há 19 anos vem executando um projeto político pedagógico que possibilita aos estudantes em situação de rua/moradia e/ou de vulnerabilidade social construir projetos de vida autônomos e modos de enfrentamento às situações de vulnerabilidade social a que estão diariamente expostos nas ruas da cidade.
Diante de tal situação, o coletivo gaúcho de residentes em saúde manifesta seu apoio a comunidade EPA, repudia qualquer forma de ataque aos direitos da população em situação de rua e não pactua com a decisão arbitrária da SMED. Consideramos que o fechamento da EPA representa o fechamento de um olhar e da construção de um outro mundo possível. Estamos juntos na luta por uma sociedade onde o direito de todos não seja o privilégio de alguns.

#nãofechemaEPA

domingo, 2 de novembro de 2014

Carta da campanha contra as 60 horas semanais


CARTA ABERTA DO COLETIVO GAÚCHO DE RESIDENTES EM SAÚDE
CAMPANHA CONTRA AS 60 HORAS SEMANAIS NAS
RESIDÊNCIAS EM SAÚDE
O Coletivo Gaúcho de Residentes em Saúde, que existe há 9 anos, se constitui como um espaço de organização e de articulação política das(os) residentes na luta em defesa de programas de residências em consonância com as premissas da Reforma Sanitária. Em vistas à isso, vimos publicamente nos posicionar e denunciar o que vem acontecendo com as Residências em Saúde!
A Residência em saúde é uma modalidade de pós graduação em serviço, que serve como educação permanente e continuada dos trabalhadores e das trabalhadoras da saúde do país. Esta que já serviu para formar trabalhadores(as) engajados com a militância para o SUS, hoje cumpre um papel de mão de obra precarizada. Uma das pautas históricas do movimento dos residentes é a redução da carga horária, que atualmente é de 60 horas semanais. Esta carga horária vai na contra mão da luta dos trabalhadores(as) da saúde, que é de 30 horas semanais.
Acreditamos que com uma carga horária tão elevada, aliado ao processo de privatização e mercantilização da saúde (produção de altos índices e metas quantitativas a serem atingidas) os residentes acabam servindo de mão de obra, principalmente para as empresas privadas que prestam serviços para o SUS, que tem por objetivo o lucro, não se importando com a qualidade do atendimento e com seus trabalhadores e suas trabalhadoras. A falta de concursos públicos e o avanço da terceirização, que vem para cumprir um papel de aumento da exploração (trabalhar mais com menos), trazem como consequência um déficit muito grande trabalhadores(as) nos serviços de saúde. Em decorrência desses vínculos empregatícios frágeis e precários e da falta de trabalhadores(as), é comum os residentes assumirem o lugar destes, fazendo muitas vezes, o papel de coordenação de alguns serviços e unidades de saúde. Muitos residentes, assim como os demais trabalhadores(as) da área, vem sofrendo e ficando adoecidos com o ritmo intenso de trabalho, faltando tempo, inclusive, para cuidar de sua própria saúde!
O Coletivo Gaúcho se posiciona CONTRÁRIO ao cumprimento das 60 horas semanais. Acreditamos que com 60 horas, a residência nunca será qualificada! Dentro disso lançamos a CAMPANHA CONTRAS AS 60H!!! Convocamos todos os residentes em saúde do Estado à se manifestarem e denunciarem todas as formas de repressão, assédio, precarização que vem acontecendo nos serviços de saúde e nos programas de residências em saúde.
Apesar de termos deveres de trabalhadores(as) acabamos não tendo nossos direitos garantidos. Não somos regidos nem pela CLT, nem pelo Regime Jurídico Único, nem pela legislação dos bolsistas. Estamos no limbo da legislação, à mercê dos regimentos internos de cada programa de residência, sendo eles desqualificados ou não. Nem todos os programas proporcionam aos seus residentes turno diurno de pesquisa, turno de preceptoria e tutoria, aulas teóricas e dias para participar de eventos. Quando nós trabalhadores residentes adoecemos não temos direitos garantidos e precisamos pagar essas horas de trabalho, ficando a cargo de cada local de trabalho e de cada residente realizar um acordo interno para que os atestados abonem a falta.
A história já nos mostrou, através da luta e das conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras (como a redução da jornada de trabalho e as leis trabalhistas) que somente conseguiremos um SUS público, estatal, de qualidade e ter uma política de formação e educação permanente em saúde pautada nos princípios da Reforma Sanitária, com valorização dos usuários e usuárias, dos trabalhadores e trabalhadoras, e com organização e muita luta!

COLETIVO GAÚCHO DE RESIDENTES EM SAÚDE - CGRS
residentesrs.blogspot.com - cgrsaude@gmail.com