terça-feira, 18 de novembro de 2014

Residentes lutam por 44h semanais!!!




      
        Durante reunião presencial do Fórum Nacional de Residentes em Saúde (FNRS), que ocorreu no dia 13 de novembro durante o Seminário Regional Sul de Residências em Saúde, em Porto Alegre-RS, os residentes da região Sul do Brasil encaminharam lutar contra as 60h semanais. E como proposta foi tirado pelo grupo presente nesta reunião defender as 44h semanais nas residências multiprofissionais em saúde.
        O grupo debateu que o ideal seria uma luta por 30h semanais de residência, que é uma das pautas dos trabalhadores da saúde atualmente. Porém seria mais estratégico pautar neste momento uma luta por 44h semanais, equiparando-se ao regime CLT.


Posicionamento...
         O movimento de residentes vem lutando pela redução da carga horária semanal há muitos anos, principalmente após a criação da Lei 11.129, que regulamentou as residências multiprofissionais em saúde no país e a portaria 1077, que estabeleceu as 60hs semanais como carga horária para as residências multiprofissionais e em área profissional da saúde.
           O Coletivo Gaúcho de Residentes em Saúde já havia se posicionado contrário às 60 horas semanais lançando a Campanha “60h não”, apontando que uma carga horária tão elevada, aliada ao processo de privatização e mercantilização da saúde (ex: produção de altos índices e metas quantitativas a serem atingidas) os residentes acabam servindo de mão de obra barata, principalmente para as empresas privadas que prestam serviços para o SUS objetivando apenas o lucro, não se importando com a qualidade do atendimento! Priorizando somente a política do acesso e desrespeitando, muitas vezes, os direitos dxs trabalhadores e trabalhadoras. A falta de concursos públicos e o avanço da terceirização, que vem para cumprir um papel de aumento da exploração (trabalhar mais por menos), trazem como consequência um déficit muito grande de trabalhadores(as) nos serviços de saúde.  Em decorrência desses vínculos empregatícios frágeis e precários e da falta de trabalhadores(as), é comum os residentes assumirem o lugar destes, fazendo muitas vezes, o papel de coordenação de alguns serviços e unidades de saúde, assumindo um número elevado de atividades nos serviços, e se tornando tarefeirxs. Muitos residentes, assim como os demais trabalhadores(as) da área, vem sofrendo e ficando adoecidos com o ritmo intenso de trabalho, faltando tempo, inclusive, para cuidar de sua própria saúde!

          Apesar de termos deveres de trabalhadores(as) acabamos não tendo nossos direitos garantidos. Não somos regidos nem pela CLT, nem pelo Regime Jurídico Único, nem pela legislação dos bolsistas. Estamos no limbo da legislação, à mercê dos regimentos internos de cada programa de residência, sendo eles desqualificados ou não. Nem todos os programas proporcionam aos seus residentes turno diurno de pesquisa, turno de preceptoria e tutoria, aulas teóricas e dias para participar de eventos. Quando nós trabalhadores residentes adoecemos não temos direitos garantidos e precisamos pagar essas horas de trabalho, ficando a cargo de cada local de trabalho e de cada residente realizar um acordo interno para que os atestados abonem a falta. Nossos direitos precisam ser garantidos, e não podem depender do “bom senso” da coordenação de cada programa de residência.
        A história já nos mostrou, através da luta e das conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras (como a redução da jornada de trabalho e as leis trabalhistas) que somente conseguiremos um SUS público, estatal, de qualidade e ter uma política de formação e educação permanente em saúde pautada nos princípios da Reforma Sanitária, com valorização dos usuários e usuárias, dos trabalhadores e trabalhadoras, com organização e muita luta!

          Diante de todo acúmulo de discussões e lutas em Encontros e Seminários nacionais e regionais, os residentes da região sul do Brasil, presentes na reunião presencial do Fórum Nacional de Residentes em Saúde, que participaram do Seminário Regional Sul, deliberaram a luta pelas 44 horas semanais nas residências em saúde!












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