NOTA
DO COLETIVO GAÚCHO DE RESIDENTES EM SAÚDE
EM APOIO A COMUNIDADE EPA
“Devemos
lutar pela igualdade, sempre que a diferença nos inferioriza; mas
devemos lutar pela diferença sempre que que a igualdade nos
descaracteriza.” Boaventura
de Souza Santos
As
políticas higienistas nas cidades há muito tempo tem sido
implementadas e são colocadas em prática nas suas mais variadas
formas. Não é segredo para ninguém que o principal alvo de tais
tentativas é a população em situação de rua, principalmente por
ser considerada um problema para o poder público e a maior parte da
sociedade e não como uma consequência das desigualdades sociais
próprias do sistema capitalista, em que a miséria é a substância
básica para a manutenção da classe dominante.
Nas
últimas semanas a Escola Porto Alegre - EPA sofreu os ataques de
tais práticas higienistas com a decisão arbitrária e unilateral da
secretaria municipal de educação (SMED), de fechamento da EPA, uma
escola que há 19 anos vem executando um projeto político pedagógico
que possibilita
aos estudantes em situação de rua/moradia e/ou de vulnerabilidade
social
construir
projetos de vida autônomos e modos de enfrentamento às situações
de vulnerabilidade social a que estão diariamente expostos nas ruas
da cidade.
Diante
de tal situação, o coletivo gaúcho de residentes em saúde
manifesta seu apoio a comunidade EPA, repudia qualquer forma de
ataque aos direitos da população em situação de rua e não pactua
com a decisão arbitrária da SMED. Consideramos que o fechamento da
EPA representa o fechamento de um olhar e da construção de um
outro mundo possível. Estamos juntos na luta por uma sociedade onde
o direito de todos não seja o privilégio de alguns.
#nãofechemaEPA
Nenhum comentário:
Postar um comentário